O que é Deus?

Primeiro que tudo convém dizer que a palavra "Deus" é a tradução para Latim da palavra hebraica Elohim, que significa "Aqueles que vieram do céu".

Depois é preciso diferenciar aqueles para os quais “Deus” é um conceito que significa o Infinito, algo eterno, omnipresente e impalpável, mas não tendo nenhum poder sobre os indivíduos que nós somos, daqueles para os quais “Deus” é um ser com uma barba branca sentado numa nuvem, e que criou os homens à sua imagem.

Existe desde as origens uma mistura entre dois conceitos, entre duas coisas totalmente diferentes, que foram englobadas sobre o mesmo rótulo. Os Elohim explicaram aos primeiros homens que por um lado existe o Infinito, omnipresente, eterno, do qual nós somos uma parte e que é uma parte de nós, e pelo outro lado, existiam eles, os Elohim, que nos criaram à sua imagem.

Pouco a pouco os homens atribuíram aos Elohim as propriedades do Infinito, o que em parte é verdade pois eles são eternos. Também atribuíram ao Infinito, o poder de se manifestar a nós enviando mensageiros celestes, os nossos Criadores, o que é em parte verdade, porque de uma certa maneira os Elohim são o instrumento do Infinito na criação de seres inteligentes à sua imagem.

Mas o Infinito não nos observa directamente ou permanentemente, e ele não tem nenhuma consciência dos nossos comportamentos individuais. Quer a humanidade atinja a idade de Ouro ou se autodestrua, isso não tem qualquer tipo de importância para o Infinito.

Aqueles que pensam que “Deus” é o Infinito, tal como a maioria das religiões orientais, estão certos, desde que isso represente nas suas cabeças um conceito sem identidade, não tendo nenhuma consciência da nossa própria existência.

Aqueles para quem “Deus” são os nossos criadores, os Elohim, não estão inteiramente errados, desde que não pensem neles como seres que devam ser venerados de joelhos com o rosto no chão, mas sim como os nossos irmãos mais velhos do Infinito.